Findar um ano em meio ao caos
Completar os dias ouvindo a brisa da saudade me dizendo lembranças no ouvido
e o empurrão grotesco do real que sacode
treme
entristece
bota medo.
Caçar esperanças interiores quando a doença espreita na soleira da porta
da minha
da dele, da nossa
Mãos dadas pelas manhãs e os olhos que se fecham desconfiados mas entregues
Estar atento é desconfiar
E mesmo assim, dar de cara com flores que brotam no mais duro cimento
amigos parceiros irmãos amores
conexões em abraços
olhares demorados
áudios de celular
entrelaçados às vezes em distância
E vai fortalecendo um negócio aqui dentro, crescendo, inchando
pulso de vida, pulsão colorida
Uma coluna saudável a me carregar, músculos alongados, cuidados tradicionais
Dores que me sinalizam e eu intuitiva capto
cuido, choro
rio também
A vida é um rio que desliza e encharca
Quando me penso seca demais, tropeço em motivos de renascimento
encarando as faces nuas do instante e escolho permanecer
De lambuja gozo com tudo
e de tudo que se mostra
Isso para mim é viver.

Breve pensamento sobre o espaço das horas

Respiro

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